Deixe o passado onde ele deve estar
Estava observando a minha filha brincar com a prima.
De repente, uma quis o brinquedo da outra, começaram a brigar e ambas saíram chorando.
Passados alguns minutos, elas voltaram a brincar normalmente, como se nada tivesse acontecido.
Você já se perguntou por que isso acontece?
Alguns dizem que é porque as crianças não guardam mágoas, não são rancorosas, não suspeitam mal etc.
Isso, com certeza, é verdade.
Mas também acontece porque as crianças não ficam remoendo o assunto na cabeça; elas não alimentam os sentimentos ruins que surgem depois do evento.
Você já percebeu que, quando discute com alguém, passa por algum vexame ou enfrenta um problema novo, sofre mais com o “pós” do que com o evento em si?
Isso ocorre porque, nós, adultos, ficamos remoendo o ocorrido na cabeça: recriamos as cenas, pensamos no que deveríamos ter dito, no que deveríamos ter feito, em como poderíamos ter evitado, em como fomos humilhados, em como estávamos com a razão, em como a pessoa errou conosco, no que vamos fazer e em como vamos agir daqui para frente.
Todos esses pensamentos não servem para nada; muito pelo contrário, tornam-se combustível, alimento para que sentimentos ruins — como a mágoa, o rancor e o ódio — cresçam ainda mais.
Na verdade, se apenas tivéssemos esquecido o evento, em poucos minutos tudo teria acabado.
O pior de tudo é que esses pensamentos transformam situações simples em problemas gigantes. Às vezes, uma palavra dita sem pretensão se transforma em brigas que levam dias, meses ou até anos para serem apaziguadas.
Por esses e outros motivos o Senhor Jesus disse:
“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mateus 18:3)
As crianças são simples: esquecem o fato e vivem como se aquilo nunca tivesse acontecido. Não ficam remoendo nem alimentando sentimentos ruins.
Elas deixam o passado onde ele deve estar: no passado.
Por hoje é isso.
Fique com Deus.